só um milagre

Eu evito passar muito tempo no Facebook, mas hoje eu resolvi gastar um tempo com bobeira, porque eu ando muito chateada (vai precisar de outro post).

Passando o feed, vi que um amigo postou um desses testes que dizem como será seu relacionamento em 2017. Dizia só um milagre. E eu ri, porque eu me vi ali. Não que eu esteja esperando o milagre, mas é como se precisasse de um pra acabar com essa vida solteira que já dura seis anos – and counting.

No fim das contas, o que falta é um pouco de vontade. Um pouco de paciência. Um pouco de leveza. Falta deixar a preguiça de lado. Me sinto cada vez mais com preguiça: preguiça das pessoas, dos jogos, das interações, das descobertas, dos perdões.

Cheguei num ponto em que digo que ninguém é interessante. E eu dei lá oportunidade para alguém ser interessante? Acho que não dei oportunidade nem de eu ser interessante, quiçá os outros.

Parece que a cada dia eu mato um pouco da minha tolerância. Se a pessoa bebe Brahma, então não tem bom gosto – aliás, nem tem gosto. Se a pessoa não fala uma língua estrangeira, então é insuficiente. Se a pessoa não entende uma piada, então tem problemas cognitivos. Se não gostou de morar fora do Brasil, não serve, porque quero ir embora. Se me manda mensagens todos os dias, me sufoca. Se desaparece, não me interessa. Se me chama para beber todos os dias, não entende que minha rotina é complicada. Se evita me chamar pra sair, não quer estar comigo. Se é sincero, é em demasia. Se mente, não me serve. Se me liga – alguém liga hoje em dia? Se o gosto musical não bate, então… ah, gente, por favor, o gosto musical tem que bater.

Ao fim e ao cabo, eu me sinto cada vez mais Ted Mosby. Ou crazy cat lady. Quando me perguntam se estou num relacionamento, respondo apenas que tenho gatos e isso basta como resposta. É como se eu dissesse que quero estar sozinha e estou satisfeita com isso. E, bem, estou.

Mas quem disse que não é gostoso receber um carinho? Quem disse que não é bom ter alguém além da sua mãe pra contar uma novidade?

A sensação é de que todos querem carinho, mas no strings attached. Não pode. O legal é ser pinto amigo. É não ter compromisso. É não se importar. É mijar em todos os postes. O legal é ser um projeto de Barney de HIMYM ou Luke de LovesickBut they are broken – and it seems like we all are.

Estou aqui, aguardando o momento de sair do status de antes só. Sinceramente, na atual conjuntura, prefiro mesmo meus gatos.