chile #2

Já estou no Chile há 06 dias. Ainda não comecei a gostar de música latina. Desde que cheguei, fui ao Mercado Central, Rua Augustinas (dinheiro é algo necessário), Cerro San CristóbalSky Costanera, Museo de Arte Precolombino e 04 aulas de espanhol.

No geral, estou gostando muito da experiência. A cidade é bonita, aparentemente segura e o transporte público tem funcionado bem. Dica: não entrar no metrô às 18h. Foi uma experiência traumática: um desconhecido efetivamente me segurou a fim de que as portas fechassem atrás de mim e eu pudesse caber no vagão. Assustador.

O Mercado Central nada mais é que um mercado de peixes e mariscos com restaurantes dentro. Fede a peixaria e meu casaco ficou com esse cheiro. Aprendi que o macete é comer nos restaurantes periféricos, com cara de restaurante da máfia. Os mais centrais são mais bonitos, mas são para turista e, consequentemente, muito caros. Pode acontecer de aparecer alguém no restaurante tocando violão em troca de moedinhas. Eu tive que dar moedinhas para o violeiro que apareceu durante meu almoço, porque ele tocou uma música da minha infância.

Na segunda-feira, eu tive a minha primeira aula de espanhol. Primeiramente, quero deixar claro que acho muito estranho uma escola não ter aquecedor central. A escola é aquecida a base de aquecedores portáteis a gás e nem preciso dizer que as salas maiores ficam geladas, né? Achei os critérios de nivelamento um bocado aleatórios. Me puseram numa turma que era muito iniciante. Pedi para mudar e fui imediatamente realocada – ponto para a escola! Mas hoje chegou uma aluna nova na minha sala e, sinceramente, não sei o que ela está fazendo ali. A pessoa não sabe nem o que são primeira, segunda e terceira pessoas do singular e plural. É ruim, porque atrapalha o andamento da aula e os alunos mais avançados não podem aproveitar tanto a aula.

A escola ofereceu um tour gratuito pela cidade. Foi legal. Ajudou a ter uma noção da cidade, mas o legal mesmo é fazer tudo por conta própria.

Na terça, eu subi o Cerro San Cristóbal de funicular e desci de teleférico. Foi ótimo, tirando as quase 2h de fila para comprar o ingresso e subir; e os 40 minutos de fila para descer de teleférico, mas rendeu diversas fotos maneiras. É muito maravilhosa a vista lá de cima. Não dá vontade de ir embora.

É possível subir a pé, mas a caminhada dura cerca de 1h30. Levando-se em consideração o tempo de fila, seria até interessante.

Quarta-feira é dia de promoção no Sky Costanera, então eu fui aproveitar a promoção, né? Subi com uns colegas da escola. Chegamos por volta das 16h30 com a intensão de ver o por do sol. Deu certo. Vale lembrar que é alta temporada e que Santiago está lotada de brasileños, o que resulta em filas bizarras em todos os pontos turísticos. A espera foi menor que para o Cerro, mas subir 61 andares a 7 m/s é bem mais caro também.

Ao terminar de subir, já perguntei pela visita guiada, que foi feita por uma carioca portenha, que habló muy despacio e foi super simples de acompanhar. O lugar é realmente maravilhoso e valeu cada peso chileno pago. Acho que foi a quantidade absurda de fotos o que causou dano no meu micro SD.

Infelizmente, o sol dorme no oeste, então as fotos não são da cordilheira, mas são maravilhosas mesmo assim. Lembrando que em Santiago existe o fenômeno de inversão térmica, então tem uma névoa de poluição que decora toda a cidade.

Lembrando que depois desse espetáculo aí, tem degustação de vinho – no dia que eu fui era vinho da Undurraga – e música ao vivo. Por volta das 20h, eles apagam as luzes para expulsar todo mundo lá de cima.

Hoje foi dia de ir ao centro da cidade ver museu. Meus companheiros quiseram visitar a Catedral. Não teria entrado, mas é realmente linda. Maravilhosa. Dá vontade de ficar horas lá dentro – é muito rica em detalhes. E tem um ótimo cheiro de incenso.

Passei rapidamente nos correios, porque tem um mini-museu lá dentro, com uma porção de artefatos antigos. Confesso que quis pegar uma caixa de correio pra mim. São lindas.

O cartão de memória do meu celular quebrou e eu só constatei esse problema quando eu cheguei no centro da cidade. Então estou dependendo das fotos dos celulares alheios.

Apesar de ser visita gratuita, não ficamos animados com o Museo Histórico Nacional, então partimos para o Museo de Arte Precolombino. Socorro. Lugar maravilhoso. Tivemos sorte e chegamos minutos antes da visita guiada, que dura cerca de 30 minutos.

A visita percorre apenas uma das salas do museu, que fala sobre o Chile. A guia explica um pouco sobre as diferenças entre o norte, sul e o centro do país. Os povos chilenos já mumificavam antes mesmo dos egípcios. Existem algumas múmias expostas nesse museu. Os povos chilenos também faziam cerveja e roupas de alpacas, llamas e vicunhas. Enfim, um povo muito maneiro mesmo.

As outras salas devem ser visitadas sem guia. E não tem problema, porque as plaquinhas são explicação o suficiente. É possível também fazer a visita em português, com auxilio dos audioguias – app que pode ser baixado no smartphone. O legal dos audioguias é que também tem informação sobre as peças nas outras salas. Eu não usei – preferi ler as plaquinhas.

Gostei tanto da visita, que até comprei uma necessaire na lojinha. Estava barata – ufa! É muito difícil comprar lembrancinhas nesses lugares, porque é tudo muito caro.

Andei até o Palacio La Moneda, não sem antes me perder, e fui até o centro cultural que funciona embaixo do palácio. Hoje havia exposição do Andy Wahrol. Meus colegas não quiseram pagar: terei de retornar sozinha depois. Entrei na lojinha com a esperança de comprar alguma lembrancinha do artista, mas eu não tinha nenhum órgão saudável para deixar de pagamento.

Vim para casa consertar meu celular. Bom, não tive tempo de comprar um novo cartão de memória, mas pelo menos a câmera voltou a funcionar. Yay. O plano é, amanhã, visitar uma vinícola e no sábado ir a Cajon del Maipo. Esperamos não congelar no processo.

chile #1

Na sexta-feira, eu comecei a minha viagem para o Chile. Acordei cedo, terminei de colocar coisas na mala, tomei minha medicação para enxaqueca (que atacou devido à ansiedade), peguei minhas malas e fui pro aeroporto – sem almoçar, porque nessas horas nem fome eu tenho.

Ao fazer o check-in na Latam, eu descobri que teria que fazer uma troca de aeroporto em São Paulo. Bom, distração minha, afinal, fui eu quem comprei a passagem. Ainda acho que ao comprar uma passagem dessas, deveria vir escrito em cores gritantes e letras garrafais você fará trocar de aeroporto, comprar passagem mesmo assim? Enfim, o funcionário me passou a seguinte informação: chegando lá em Congonhas, é só você pegar o ônibus da TAM e ir para Guarulhos. Aí ficou fácil, né?

Cheguei em SP e fui retirar minha mala. Não tinha um funcionário da Latam. Andei mais um pouco pelo desembarque: ainda nenhum funcionário da Latam. Busquei pelo aeroporto. Nada. Encontrei um funcionário do aeroporto que me informou onde pegar o ônibus. Ainda nenhum funcionário da Latam. Fui para o fim da fila. Nada de ônibus chegar. Os colegas de fila começaram a ficar preocupados, porque não daria tempo de eu chegar ao aeroporto e pegar minha conexão. Descobrimos, então, que o ônibus havia quebrado no caminho. Ainda assim, essa informação não foi passada por funcionário Latam, mas por uma pessoa que perguntou ao motorista do ônibus que deixa a tripulação em Congonhas.

Pegamos um táxi em 5 pessoas e oramos. Eu estava com check-in feito, bastava despachar a minha mala. Em dado momento, eu aceitei que havia perdido meu voo. Minutos depois, recebi SMS e e-mail da Latam informando que meu voo estava com 1h de atraso. Fiquei com esperanças de conseguir viajar.

Ao chegar ao aeroporto, fui informada de que meu voo estava no horário e que eu não poderia viajar e que poderia ser colocada em outro voo mediante pagamento da remarcação para o voo de 22h30, caso houvesse assento disponível. Pedi para checar a disponibilidade. Ela existia. Expliquei que estava em conexão e que perdi o voo, porque o ônibus não veio me buscar.

A essa altura do campeonato, eu já havia ligado para uma amiga bacharel em direito para ter certeza de que a empresa era responsável pelo meu transfer. Então o funcionário me alocou no voo de 22h30  sem cobrar taxa alguma.

Cheguei em Santiago com fome, dor no corpo e cansada. Foram horas em pé aguardando um ônibus que não chegava, mais uma corrida pelo aeroporto, mais horas sentadas no voo. Meu joelho parou de existir. Quase tive uma crise hipoglicêmica, que foi sanada com um Bis oferecido por uma das companhias que dividiram o táxi. E cá estou.

vista da varanda

O lado positivo: pude presenciar um evento raro em Santiago: neve. Digo, não é que era uma nevasca, porque a neve derretia tão logo tocava o solo, mas ainda assim, neve. Poucos foram os lugares que ficaram branquinhos que pude ver no trajeto até o apê, mas ainda assim soou como uma declaração de boas vindas.

ansiedade

Desde que eu comecei meu primeiro blog, uns 300 anos atrás, eu venho escrevendo durante a minha insônia. A minha insônia é tão frequente, que já considero normal acordar no meio da madrugada e fazer coisas. No melhor estilo: just embrace it. Afinal, se eu passar o resto da vida rolando na cama durante horas tentando dormir, vou ser uma pessoa com sono e frustrada. Fazendo coisas durante a madrugada, sou apenas uma pessoa com sono.

Como não amar?

Nas últimas semanas, eu tenho andado bastante ansiosa com a minha viagem de férias. Vou viajar sozinha, vou ficar quase 20 dias fora de casa – já estou morrendo de saudades da Gata.

Prático

Já fiz aquele esquema de tirar fotos dos looks, para facilitar a arrumação da mala e a vida fora de casa – é horrível quando você passa uma vida olhando para as suas roupas na mala, mas não tem a menor ideia do que vestir.

Eu passei os meses antes de viajar pesquisando o que tem para fazer na cidade em que vou visitar. Fiz tanta pesquisa, que só de pensar em montar efetivamente um roteiro já me dá enjoo. Então eu vou no modo aleatório mesmo e vou torcer para dar tudo certo.

Além disso, como eu vou fazer um curso de língua estrangeira, estou partindo do princípio de que vou fazer vários amiguinhos e vou ter com quem passear. Essa minha espontaneidade brasileira tem hora que atrapalha.

Em meio a essa minha desorganização, eu acabei deixando muita coisa para as duas últimas semanas, e isso tem me tirado o sono. Nem tudo pode ser feito com muita antecedência: não dá para lavar as roupas 1 mês antes, ou fazer sobrancelha, ir à podóloga, etc. Algumas atividades são mesmo nas duas semanas que antecedem.

E eu como pessoa ansiosa que sou, fico pensando se vai dar tempo de fazer tudo, se eu não vou esquecer de levar algo muito importante ou se, por conta da minha falta de organização, vai faltar dinheiro, etc. São mil loucuras que se passam nessa cabecinha oca.

Olha que elegante.

Fora aquelas coisas que você postergou a vida inteira e agora fica martelando a sua cabeça, porque você vai viajar. Por exemplo, eu nunca me preocupei em comprar uma necessaire maneira ou aqueles potinhos menores para levar xampu, condicionador, etc, porque eu sempre peguei emprestado com a minha mãe. Me lembrei recentemente que talvez fosse interessante ter uma necessaire transparente para facilitar a vida no aeroporto e no universo das malas não despachadas. E, obviamente, não achei nenhum joguinho de necessaire e potinhos que me agradasse – ou tem potinhos de menos, ou o formato não é legal.

Lembrei de comprar um tapa olho, porque as fotos que vi do quarto que aluguei no Airbnb não tem cortina e eu sou uma pessoa que acorda com claridade. Já fiz uma pasta do Pinterest com o nome traveling cheia de dicas do que portar em longos voos e/ou longas conexões. Separei meu fone, carregador, livro, caneta, sudoku, listas do SpotifyRainy Mood, etc.

Enfim, já está tão claro tudo o que tenho que fazer, que tenho certeza de que vou esquecer algo óbvio do tipo calcinhas. Vamos torcer para o algo óbvio ser um par de chinelos, porque esquecer calcinhas parece bem grave.